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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Osteonline - Vídeos de Leon Chaitow

Acompanhem no  You Tube, vários vídeos do Leon Chaitow. É bem legal: http://www.youtube.com/results?search_query=leon+chaitow

Osteonline

Osteonline é a Osteopatia na internet!!
Através de um perfil no Facebook que estou administrando,desejo criar  um espaço onde  Osteopatas e simpatizantes possam se encontrar para trocar idéias, compartilhar experiências, sugerir leituras de artigos interessantes e poder colaborar com a divulgação desta prática tão poderosa e ainda tão pouco conhecida no Brasil.
Muitos médicos e  pacientes que chegam ao meu consultório não sabem o que é a Osteopatia e espero que Osteonline possa fazer este papel.
No endereço https://www.facebook.com/Osteonline?fref=ts voces chegam à pagina e basta curtí-la  para receber as notícias.
Nele, já postei vídeos de craniana de Leon Chaitow, acesso aos artigos do European  Journal Ostepathy, além de outros artigos interessantes...
Aos que não simpatizam com Facebook, cadastrem seus emails no Blog para receber todas as mensagens.
Venham dar a sua colaboração para que juntos criemos um local interessante com debates enriquecedores.
Aguardo voces!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Osteopatia x Yoga

No último texto, falei sobre a busca pelo bem estar e a necessidade em associar o trabalho do corpo, à mente e à alma.
E como eu acredito que a partir de uma ação, geramos reações e tudo ao nosso redor começa a se mover neste sentido, ontem li sobre uma artigo de Torstein Liem falando sobre Osteopatia e Yoga.
Deixo o link para que vocês possam ver na íntegra o artigo 
http://download.journals.elsevierhealth.com/pdfs/journals/1360-8592/PIIS1360859209001387.pdf
Ele faz um passeio sobre as duas atividades e compara a relação Ostepata x Paciente com a do Professor X aluno de yoga.
Afirma que a capacidade perceptiva do osteopata melhora através da prática da yoga.
O texto é bem interessante, pois reforça os benefícios ao integrar outras prática em nosso dia a dia para que possamos encontrar a Saúde em sua plenitude.

sábado, 25 de maio de 2013

Bem Estar = Equilíbrio entre Corpo, Mente e Alma

Bem Estar é o termo da moda. Qualquer que seja o trabalho, o objetivo é sempre o bem estar. Encontra-se isto associado à alimentação, à ginástica, design de móveis e muitas outras. O mundo clama por esta sensação, emoção.
Eu, como profissional da área de saúde, desejo o mesmo à todos que me procuram. Geralmente, minha meta é aliviá-lo de suas queixas. Em minha clínica, esses sintomas estão relacionados ao corpo. Porém, associado a isto,encontramos sempre questões emocionais. No contexto, há muitos problemas familiares, estresses de diferentes origens, tristezas e mágoas por vários aspectos.
Há uma frase muito antiga que acredito: Os sentimentos que não são verbalizados e elaborados, o corpo guarda e adoece. Porém, é muito difícil fazermos um mergulho interno para descobrirmos a real origem de nossos problemas. Nossa mente funciona de modo muito complexo.
É claro, que quando a dor surge, ela é real e deve ser tratada, mas se a pessoa não mudar padrões de pensamento, de comportamento dificilmente encontrará o Bem Estar, tão sonhado por todos.
Acredito que todos devam buscar terapêuticas para ajudar neste processo.
Não acho que haja uma forma específica, que seja a melhor de todas. O ser humano é único e é necessário que cada um encontre a sua forma de fazer este mergulho em si.
A Osteopatia tem o papel de detectar os locais onde há perda de mobilidade e aumento de tensão dos tecidos e através do Tratamento Manipulativo Osteopático (TMO) normalizar estas disfunções.
Isto gera liberdade de movimento e alívio de suas queixas como dores em geral, cefaléias, alterações funcionais digestivas, respiratórias....
Mas é importante lembrar que o indivíduo não é só corpo. Para que haja equilíbrio é necessário que encontre o equilíbrio entre Corpo, Mente e Alma.
A recomendação que deixo é que cada um encontre a forma própria para equilibrar suas energias, seja com terapias corporais, mas também as ligadas à pacificação da mente.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Exame Músculoesquelético da Disfunção Somática


Para se traçar um bom diagnóstico osteopático é necessário seguir algumas etapas.
O início ocorre na anamnese e no registro dos dados do paciente onde deve constar:

  • Alterações mentais, físicas e fisiológicas;
  • História anterior: antecedentes traumáticos, cirúrgicos. Insistir neste tópico, pois a tendência é o paciente não dar importância aos fatos mais antigos.
  • História atual: quando, como e qual o comportamento das queixas. 
  • Se faz outro acompanhamento médico: qual e por que?
Deve-se coletar o maior número de informações, pois isto nos ajuda no diagnóstico e para traçar o melhor tratamento.
A avaliação do exame físico osteopático relacionado ao sistema músculo esquelético (ME) ajuda sob vários aspectos. As informações que recrutamos se relacionam com:
  • Informações sobre o funcionamento atual do sistema ME;
  • Evidência ME de disfunções em outros sistemas;
  • Estado de saúde geral;
  • Resposta somática a problemas sistêmicos;
  • Informação sobre a etiologia;
  • Áreas em que o tratamento manipulativo osteopático (TMO) pode contribuir para a normalização do componente somático da enfermidade;
  • Áreas em que o TMO pode melhorar os mecanismos naturais de homeostasia e de defesa do corpo.
No exame físico, o Osteopata utiliza suas mãos hábeis e treinadas como as ferramentas primordiais de seu trabalho. Ele obterá informações necessárias para a avaliação e o estudo das mudanças de textura dos tecidos e a qualidade e quantidade do movimento.
A dor é um dado importante para o paciente, mas não é o indicador de uma disfunção somática (DS).
Os critérios osteopáticos de diagnóstico para a identificação de uma DS podem ser resumidos na técnica mnemotécnica TART:
  • T = textura anormal do tecido
  • A = assimetria do posição dos pontos de referência óssea
  • R = restrição do movimento
  • T = "tenderness"
A forma correta de realizar o exame ME de uma disfunção somática é iniciar com os movimentos globais e evoluir para uma avaliação cada vez mais analítica.
Para que seja eficiente, é importante que a sequência seja organizada e que exija a menor quantidade de mudanças de postura.
As informações colhidas devem ser suficientes para iniciar o raciocínio do diagnóstico osteopático e para traçar o TMO.

Fonte: Ward R.Fundamenos de Medicina OSteopática.2006

terça-feira, 21 de maio de 2013

Osteopatia e sua abordagem visceral


É muito frequente em minha clínica os pacientes estranharem o fato de avaliar o abdome e utilizar técnicas viscerais. Este texto tem o intuito de tentar esclarecer quais as relações que o Sistema Músculo Esquelético (ME) tem com o Sistema Visceral. Posteriormente falarei também sobre as relação com o Sistema Cranial.
As cavidades torácica, abdominal e pélvica tem relações muito íntimas.
O conteúdo visceral destas cavidades está inserido num continente músculo esquelético. É muito importante que o ME esteja em boas condições de trabalho para que faça uma contenção.
O músculo diafragma a cada inspiração desce comprimindo todo o conteúdo abdominal. E este transmite esta pressão para a parede anterior abdominal e para a cavidade pélvica. O músculo diafragma merece comentários posteriores para enumerar todas as funções. Em breve o farei.
Uma fraqueza ou um aumento de tensão na musculatura da parede anterior do abdome ou do assoalho pélvico vai interferir na dinâmica dos órgãos. Estudos mostram que o aumento de tensão muscular ao nível do assoalho pélvico, por exemplo aumenta a pressão intrapélvica. É sabido também que, o aumento de pressão gera uma diminuição da mobilidade destes órgãos.
Os Osteopatas George Finet e Christiam Williame realizaram pesquisam utilizando ultrassom e raio X para detectarem os movimentos das vísceras. Eles comprovam que cada órgão tem um movimento específico e criaram técnicas diretas fasciais para normalizar esta dinâmica.
Os resultados do tratamento são muito eficazes onde a restituição do movimento é alcançado e a melhora dos sintomas é muito significativa.
É importante ressaltar que não tratamos patologias. Estas tem quer tratadas com os médicos. Não tratamos hérnia de hiato, nem doenças renais, nem pneumonia, nem patologias uterinas.....
Mas podemos auxiliar no tratamento dos problemas funcionais. Restituindo uma boa dinâmica, melhora da circulação local sendo mais irrigada e com drenagem venosa mais eficaz e assim o indivíduo encontra seu equilíbrio interno e melhora no seu quadro geral.
Lógico que todo este trabalho no âmbito visceral é associado a uma boa avaliação para detectar também as disfunções ao nível musculoesquelético, pois uma hiperatividade visceral pode gerar estímulos e levar a um comprometimento somático, mas o inverso também é verdadeiro. Os reflexos somatoviscerais, viscerosomático e os vísceroviscerais justificam estes efeitos.
No Tratamento Manipulativo Osteopático, tratamos as disfunções encontradas na avaliação utilizando técnicas diretas ou indiretas dependendo de cada caso.
Imagem: Google

domingo, 19 de maio de 2013

Benefícios da Osteopatia nas Incontinências Urinárias


A incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. A prevalência é sobre o sexo feminino.
Os músculos do períneo formam uma rede de sustentação que se localiza entre o sacro, o cóccix, os tuber ísquiáticos e o púbis e suportam todo o peso das vísceras pélvicas. Neste espaço há a uretra e os hiatos vaginal e retal, na mulher.
O controle do esvaziamento da bexiga é realizado pelo Sistema Nervoso Autônomo. Há patologias que levam a alteração desta função, mas também há casos em que a   atividade da bexiga é normal, mas o mecanismo de fechamento da uretra, garantido pela contração dos músculos do assoalho pélvico, é insuficiente para conter o vazamento de urina em razão do aumento da pressão intra-abdominal. Sua fisiopatologia, pois, está diretamente relacionada à disfunção muscular do assoalho pélvico.
Todos os músculos são projetados para contrair e relaxar em sucessão. Se houver uma alteração em suas fibras, sejam muito tensas ou muito relaxadas, sua função estará comprometida. Já é comprovado que o aumento de tensão do assoalho pélvico pode gerar aumento da pressão intra pélvica.
Há trabalho s que comprovam a presença de disfunções osteopáticas em casos de incontinência urinária
Um músculo aparentemente fraco não significa que necessite de um trabalho de fortalecimento. É preciso normalizar sua capacidade contrátil.
Através de uma abordagem palpatória diagnostica-se as disfunções no sistema músculo-esquelético e visceral e o Tratamento Manipulativo Osteopático baseia-se em utilizar as técnicas para restituir esta mobilidade e assim melhorar as condições vásculo-nervosas da região.

Fonte:
1.      Barral JP, Mercier P. Visceral Manipulation.2005
2.      Ter Man. 2011; 9(45):534-540
3.      Neumann P. Original Article Pelvic Floor and Abdominal Muscle Interaction : EMG Activity and Intra-abdominal Pressure.2002

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Disfunção Somática


Disfunção Somática é o objeto de estudo de estudo do Osteopata. Em cada Consulta, o profissional busca detectar e tratar as disfunções somáticas.

Mas, o que é a Disfunção Somática (DS)?

O glossário de termos osteopáticos diz que é a deterioração ou alteração de função dos componentes inter-relacionados do sistema somático (sustentáculo corporal) , de estruturas esqueléticas, articulares, miofasciais e elementos vasculares, linfáticos e nervosos associados.

O diagnóstico é realizado por observações visuais e palpatórios de mudanças na textura dos tecidos, assimetria estrutural, restrição da mobilidade e dor.

A DS pode desencadear muitas reações no corpo:

- na articulação e no osso, a DS pode levar a uma restrição da mobilidade local com perda da amplitude de movimento global;

- na cápsula e no ligamento, a DS pode causar fibrose e edema;

- nas membranas, a DS e a restrição de mobilidade podem facilitar a união da duramáter espinhal ao corpo vertebral podendo repercutir sobre o mecanismo respiratório primário da mobilidade cranial;

- nas fáscias, a DS pode repercutir em toda cadeia fascial quando gerar perturbações periféricas através de tensões à distância da coluna;

- no Sistema Muscular pode ocorrer hiperatividade gama e facilitação medular, podendo causar cadeias neuromusculares lesionadas e conseqüente isquemia e anóxia tecidual do músculo responsável pela dor;

- no Sistema Nervoso, pode ocorrer facilitação dos impulsos nervosos responsáveis por perturbações da função visceral;

- e em nível de líquido, a restrição de mobilidade pode causar perturbações neuro-arteriais pela estase venosa e linfática (após restrição de mobilidade) com conseqüente anóxia tecidual, toxemia e inflamação.

A DS é um paradigma complexo que provavelmente compreende mecanismos de ligação dos componentes biomecânicos, do tecido conjuntivo, neurfisiológicos, vascular e emocional.
É necessária ainda, muitas pesquisas para comprová-la.
O papel do Tratamento Manipulativo Osteopático na melhora da DS, se ainda não foi esclarecida por completo, contribui nos níveis

Fontes:
Ward R. Fundamentos de Medicina Osteopática.2006
http://www.jaoa.org/content/105/12/537.full.pdf+html

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Homenagem a Bernard Quef


A Osteopatia chegou ao Brasil em 1987 trazida por Bernard Quef.  A paixão dele por nosso país foi tanta, que um tempo  depois ele fixou residência aqui e iniciou uma luta para tornar a Osteopatia uma profissão independente  da Fisioterapia e da Medicina, como é na Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Suíça, França, Áustria, Holanda, Espanha, Itália, Grécia, Noruega, Finlândia, Suécia como mostra o Registro Brasileiro de Osteopatia (http://www.registrodososteopatas.com.br/links.html).

Em 2009, Bernard partiu desta para outra dimensão e na época escrevi esta homenagem a ele que foi endereçada aos membros do Instituto que ele criou, IBO e a deixo  registrada em meu blog como uma eterna gratidão por seus ensinamentos. Foram de nossos estudos que herdei todo o encantamento pelo Sistema Visceral e me fez hoje lecionar esta cadeira no Instituto Brasileiro de Osteopatia.

20/10/2009                                                        À MEU MESTRE
Se tivesse que dizer uma palavra para defini-lo, eu diria INTENSIDADE. Tudo na vida dele foi muito intenso. E ele sempre nos despertou sentimentos também muito intensos.
Da mesma forma que os pais educam e dizem “nãos”, ele também o fez.  Sempre com muita paixão pela Osteopatia, nos obrigou a tomar caminhos e fazer escolhas que naqueles momentos, não entendíamos e muitas vezes foi  intensamente duro, para que trilhássemos esses rumos. Ele por muitos anos nos orientou, nos consolou diante de tantos questionamentos e tantas angústias.
Adotou a nossa terra como sua pátria do coração, a nossa cidade maravilhosa como sua moradia, e o nosso grupo como sua família osteopática.
Confiou tão intensamente em nosso povo, que foi aqui onde ele escolheu para fundar sua escola. Fez do ideal dele, o nosso ideal.
Para cada um de nós, houve uma abordagem diferente, uma preparação diferente. Ele descobriu o potencial de cada um e o desenvolveu sem que percebêssemos. E hoje retiramos de nós o fruto das sementes que ele nos plantou.
De todas as suas paixões, ele sempre disse que NECESSITAVA ficar próximo ao mar.  Nada pode expressar melhor a  imagem de nosso MESTRE. Ele tinha momentos de intensa agitação em defesa de suas convicções e outros de tamanha mansidão e sutileza ao se deparar diante de alguém que precisasse dele.
Toda essa combustão gastou muita energia e antecipou sua partida.
Mas como todo gênio, quando se despede, deixa suas obras. E assim, ele o fez. Só descansou  depois de ver a sua em movimento;  cada um em seu lugar, executando suas  funções da forma como ele sempre sonhou.
E assim, ele nos deixou o seu maior tesouro. Sentimos-nos herdeiros de seus ensinamentos, de suas idéias e principalmente de seus ideais.
E é com esse compromisso, que nos unimos para fazer valer todo o esforço de quem um dia abandonou a França para nos adotar.
E é com este ideal que vamos continuar sua obra e fazer perpetuar  as suas palavras. Temos o compromisso de criar, não apenas osteopatas, mas sim indivíduos com outra percepção do que é ser, HUMANO. Não somos apenas pessoas com cabeça, tronco e membros. Somos indivíduos com corpo, mente e alma
É por isto e  por todas as oportunidades que tivemos que nos honramos em ter feito parte da ERA BERNARD QUEF. Agradecemos a ele por todo o empenho e nos comprometemos com todos da nossa escola a mantermos a qualidade de seu ensino.
                                                                                                                                             Clarice Couto




quinta-feira, 2 de maio de 2013

História da Osteopatia


História da Osteopatia¹                                                          
 
A Osteopatia nasceu no meio oeste americano pelas mãos do médico Andrew Taylor Still. Filho de pastor metodista e médico itinerante, Still cria uma terapêutica manual de tratamento e diagnóstico, baseada na anatomia, que se contrapõe às terapias até então amplamente utilizadas pelos médicos ortodoxos e tradicionais, com o emprego de sangrias e calomelanos.²

A busca por uma terapêutica mais confiável e eficaz, no entanto, não se traduz num esforço de Still somente. A Osteopatia surge num período em que a medicina americana pretende maior projeção e reconhecimento.

Still inicia a sua carreira como médico num aprendizado direto com o pai, fato perfeitamente aceitável neste período da história da medicina do país. Durante muitos anos ele utiliza as práticas ortodoxas, até que a morte de três de seus filhos e de sua primeira esposa, durante um surto de meningite, em 1864, o leva a repensar a eficácia do tratamento médico usual.

Segundo Still, “Deus sabe que eu acreditava que eles (os médicos) fizeram o que pensaram ser o melhor. Eles não negligenciaram jamais seus pacientes e lhes deram os medicamentos, juntando de novo, mudando, esperando atingir aquilo que poderia desfazer o inimigo; mas foi pura perda.”³

A incapacidade de salvar seus entes queridos pela medicina ortodoxa o convence da ineficácia de drogas como via terapêutica. A este fato se alia a sua experiência como médico militar na Guerra de Secessão. O largo emprego de medicamentos à base de opiáceos e álcool, assim como o grande número de mortes em decorrência de ferimentos mal tratados, acirram a sua descrença. O quadro ainda fica pior quando se constata que, após a guerra, aumenta em muito o número de viciados entre os jovens ex-combatentes. Still culpa o sistema de ensino americano pelo grave problema social que se instaura.

Ancorado na sua crença religiosa de que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança, Still busca durante anos uma nova visão médica do organismo e, consequentemente, da cura. Segundo ele, em 22 de junho de 1874, tem um insight el encontra as respostas para os seus anseios.

Através de longos anos de dissecção, ele contemplou a possibilidade de que todas as estruturas musculares, nervosas, ósseas, articulares, conjuntivas e vasculares contivessem em si a resposta para autorregulação do organismo. Cria uma visão mecanicista do ser humano, segundo a qual a estrutura do corpo governaria a função. O retorno à saúde, portanto, seria uma decorrência da remoção das restrições impostas por entraves anatômicos que bloqueariam a plena mobilidade do organismo. A saúde podia ser vista como a liberdade do movimento corporal.

Mas Still não via o homem somente como uma máquina, defendia que o ser humano seria uma unidade tripla, composta de um corpo material, um ser espiritual e a mente. Tanto a totalidade deste ser, como sua individualidade, deveriam ser levados em conta ao tratarmos alguém.

Still funda sua primeira escola em 1892, em Kirksville, Missouri, e consegue que a Osteopatia seja aceita como profissão em 1897.

Sua nova terapêutica gera um grande número de adeptos, entre eles William Garner Sutherland, que funda a Osteopatia no campo craniano. Segundo ele, seu estudo seria parte de um conhecimento maior, a Osteopatia. Começa seus estudos nessa área ainda como aluno, em 1899, mas só apresenta formalmente sua interpretação de tratamento craniano em 1940, num encontro da Sociedade Internacional dos Técnicos Sacroilíacos.4

Outra figura, entre muitas que se destacam, é John Martin Littlejohn. Médico escocês, que, devido a um tratamento bem-sucedido de problemas cervicais e de garganta com Andrew Taylor Still em 1897, torna-se adepto da Osteopatia. Estuda e leciona em Kirksville durante algum tempo; mas, devido a diversos desentendimentos, rompe com Still. Anos mais tarde retorna à Europa e, em 1917, cria a British School of Osteopathy (BSO), primeira escola de Osteopatia europeia, celeiro de onde se difunde o ensino da Osteopatia pelo continente.5

A chegada dos ensinamentos da Osteopatia ao Brasil acontece pelas mãos de Bernard Quef, osteopata francês que, em 1986, administra os cursos que darão início à formação dos primeiros osteopatas brasileiros.6

¹Toda a parte inicial do texto baseia-se na dissertação de mestrado da autora em História das Ciências na casa de Oswaldo Cruz, Manguinhos, O NASCIMENTO DA OSTEOPATIA NA ERA DA BACTERIOLOGIA.
²Medicamentos à base de mercúrio
³STILL, Andrew Taylor- La Philosophie et les Principes Mécaniques de l’Osteopathie. Paris: Éditions Frison-Roche, 2001.
4Sutherland, Adah- The Thinking Fingers
5Paoletti, Serge- ApoStill,octobre 1999, n 4

Texto de Maria Luísa Arruda Correia, D.O., MRO. Br.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O que é a Osteopatia?

A Osteopatia, criada no século XIX, é uma profissão da área da saúde que trata do ser humano de forma global, isto é, está fundamentada no conceito de que todas as partes e sistemas do corpo humano funcionam de maneira integrada.


O profissional que pratica a Osteopatia – o Osteopata – utiliza somente as mãos para realizar o diagnóstico osteopático e tratar de seus pacientes; para tal, é necessário que tenha uma vasta experiência teórica e prática da aplicação das técnicas manuais diagnósticas e terapêuticas osteopáticas.

A Osteopatia é indicada, de uma forma geral, no tratamento das disfunções do corpo humano, principalmente mecânicas, onde ocorre uma alteração da função de alguma estrutura.

Como exemplo, podemos citar as lesões musculares e articulares (pertencentes ao sistema musculoesquelético), as que se relacionam aos sistemas circulatório e nervoso, aos órgãos internos e ao sistema conjuntivo (dos tecidos de sustentação do corpo humano), mais especificamente do tecido ligamentar conhecido como fáscias.
Pessoas de todas as idades, do recém-nascido ao idoso, acometidas de dores lombares, torácicas, cervicais, dores de cabeça, cólicas menstruais, ciatalgias, alterações funcionais digestivas e respiratórias, lesões relacionadas ao trabalho e ao esporte, além de outras, podem consultar um Osteopata e se beneficiar de um tratamento manual não invasivo, que diminui sobremaneira os efeitos colaterais indesejáveis.

O Osteopata tem um interesse particular em anatomia e fisiologia, conhecimentos indispensáveis e essenciais para se realizar uma avaliação extremamente rigorosa dos sistemas corporais e de suas inter-relações, que podem ou não se alterar reciprocamente.

É uma forma de tratamento que se preocupa, inicialmente, em descobrir as causas dos sinais e sintomas do paciente, para somente depois tratar as suas consequências, no intuito de restabelecer a função diminuída ou perdida. Isto significa dizer que a Osteopatia é uma abordagem causal, e não sintomática.

A Osteopatia compreende que o corpo humano possui um sistema fundamental para a cura – o sistema imunológico –, cuja ação permite a autorregeneração e o restabelecimento das funções alteradas. Cabe ao Osteopata auxiliar o sistema imune através da realização de um diagnóstico osteopático bem elaborado e fundamentado, permitindo a escolha e a execução de técnicas osteopáticas específicas para cada alteração.

É uma profissão da área da saúde classificada como prática diagnóstica e terapêutica complementar, que interage com outras profissões e suas especialidades.

Existem várias profissões que trabalham conjuntamente com a Osteopatia, dentre as quais citaremos apenas algumas, como a medicina – nas especialidades de clínica médica, ortopedia, fisiatria e neurologia –, a fisioterapia, a acupuntura, a fonoaudiologia e outras.

A Osteopatia oferece uma abordagem singular do corpo humano, com eficácia comprovada.
                                                                 Fonte: http://www.registrodososteopatas.com.br/osteopatia.html